Segunda, 03 Fevereiro 2025

O órgão especial do Ministério Público Estadual (MPE) efetivou ontem Thales Ferri Schoedl no cargo de promotor de Justiça com apenas um voto de diferença. Com a decisão, Thales - que é acusado de assassinato - deve voltar a suas atividades de promotor substituto nos próximos dias e continuará a receber o salário de R$ 10.500.

Dos 42 procuradores membros do órgão especial, 40 podiam votar. Mas só 31 compareceram:16 optaram por manter Thales no cargo e 15 foram contra. ’’É lamentável. Ele não tem condições de permanecer na carreira ’’, disse o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, que ofereceu a denúncia contra ele.

Pinho informou que é possível questionar o resultado do julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público. ’’A solução é o controle externo. A própria família da vítima poderá entrar com um pedido de providências e já confirmou que o vai fazer.’’ O nome dos procuradores que votaram a favor de Thales não foi divulgados.

O promotor é acusado de matar o estudante Diego Mendes Modanez e ferir o estudante Felipe Siqueira Cunha de Souza, em dezembro de 2004. O crime ocorreu na saída de uma festa na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no Litoral.

O promotor disparou 12 tiros contra os estudantes. Em depoimento, disse que voltava para casa com a namorada, quando um grupo de mais de dez rapazes mexeu com a moça. Thales afirmou ter agido em legítima defesa. O julgamento de ontem, porém, não levou em consideração o crime de Bertioga. O que se analisava era a conduta de Thalesl já antes do crime.

Agora, vitalício no cargo, ele será julgado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo. O órgão é formado por 25 desembargadores (12 mais antigos, 12 eleitos e o presidente). Nas alegações finais encaminhadas ao TJ, os advogados de Thales pedem ’’que se faça Justiça com destemor e independência, com base na prova dos autos, e não no sensacionalismo da imprensa!’’ O advogado de Thales, Ovídio Rocha Barros Sandoval, disse que o promotor comemorou a decisão ’’como se fosse vencedor de uma parada’’. Ele argumentou que nesse julgamento o que estava em questão era a parte administrativa e, segundo Sandoval, nesse aspecto nada havia contra ele.

Convenções internacionais
O advogado das vítimas, Pedro Lazarini, afirmou que pretende transformar a denúncia feita à Organização dos Estados Americanos em representação de possível violação de convenções internacionais por parte do MPE e do Judiciário de São Paulo no tratamento do caso.

OS PASSOS DA DEFESA

30/12/2004
É preso em flagrante acusado de assassinato. Alega legítima defesa, para defender a namorada

4/1/2005
Testemunhas dizem ao MPE que os rapazes não assediaram a namorada do promotor

11/1
É denunciado por duplo homicídio qualificado

16/2
Consegue liberdade provisória

1º/3
É suspenso, mas continua a receber salário

2/4
MPE recomenda sua expulsão

22/6
MPE anula a expulsão

12/7
É exonerado pelo MPE

12/1/2006
Por liminar, volta ao cargo

17/5/2007
TJ anula a exoneração

20/3
MPE mantém Thales

29/8
Ganha vitaliciedade

Fonte: Jornal da Tarde - 30 AGO 2007

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