Segunda, 03 Fevereiro 2025

Decidido a brigar pelo cargo a todo custo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sofreu ontem três golpes. O primeiro e mais grave foi a quebra de sigilo bancário e fiscal determinada pelo Supremo Tribunal Federal. Três dias após um novo escândalo vir à tona - o uso de parentes como laranjas na compra de duas rádios - e 24 horas após a abertura de inquérito no Supremo, foi autorizada uma devassa no Banco Central e na Receita, a pedido de Ricardo Lewandowski, relator do caso.

O segundo revés foi na própria Casa que preside. Além do processo que já enfrenta no Conselho de Ética, acusado de ter contas pessoais pagas por um lobista, Renan viu a Mesa contrariar parecer da Advocacia-Geral do Senado e pedir nova investigação. O foco é a suposta interferência do senador em favor da Schincariol, que comprou uma fábrica do clã Calheiros com sobrepreço de mais de 500%.

A oposição também desferiu o seu golpe. DEM e PSDB entraram com representação no conselho, pelas suspeitas ligadas à compra das emissoras de rádio, avaliadas em R$ 2,5 milhões. Apesar do desgaste, Renan não ficou calado. Em discurso inflamado, ele negou as acusações, dizendo-se um inocente alvejado por “impiedoso e irresponsável ataque” da mídia e queixando-se de “adversários rancorosos”.

Temendo que a crise atrapalhe projetos de seu interesse, como a prorrogação da CPMF e DRU, o presidente Lula advertiu, em Honduras: “Nenhum caso individual pode atrapalhar as votações de interesse do País.” Enquanto isso, no Planalto, a queda do aliado é dada como praticamente certa - o processo no STF aumenta a cada dia as chances de cassação.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 08 AGO 07

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

Deixe sua opinião! Comente!