BRASÍLIA – Cerca de 18 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam ontem a Praça dos Três Poderes, em Brasília, durante uma marcha para cobrar a reforma agrária. Houve um confronto com a Polícia Militar, que tinha 1.100 homens protegendo os prédios do governo. Três pessoas ficaram feridas, entre elas um policial e uma sem-terra da delegação pernambucana.
Um carro de som do MST tentou entrar à força no local e atropelou o tenente Fernando Siqueira Guimarães, que barrava a passagem com a moto, que teve ferimentos no braço. Os policiais reagiram usando os cassetetes e foram cercados.
De acordo com o coronel Luís Renato Fernandes Rodrigues, comandante da PM, foi preciso chamar reforço. Segundo ele, havia um acordo para que o carro de som não entrasse, já que isso é proibido por lei.
A chegada da cavalaria causou correria entre os sem-terra. Duas sem-terra foram feridas com golpes de cassetete. A pernambucana Messilene Gorete da Silva, integrante da delegação de cerca de 1.300 pessoas que saiu de Pernambuco no sábado, foi levada por uma ambulância com suspeita de fratura no braço. A outra não foi identificada.
A marcha fez parte do 5º Congresso Nacional que o MST realiza em Brasília para discutir a reforma agrária. O evento termina hoje.
Os sem-terra cobriram a fachada do monumento a Juscelino Kubitschek com uma faixa preta com 32 metros de extensão por 5 de altura, com os dizeres “Acusamos os Três Poderes de impedir a Reforma Agrária.” Sentados, eles desfraldaram 2 mil bandeiras vermelhas do movimento. O dirigente nacional João Pedro Stédile, à frente da manifestação, disse que “o recado” estava dado.
Fonte: Jornal do Commercio - 15 JUN 07