O esquema desbaratado pela Polícia Federal envolve os seguintes ingredientes: empreiteiras, políticos, verbas públicas, licitações e obras públicas. O resultado, como mostra a Operação Navalha, é corrupção com o dinheiro público, superfaturamento de obras públicas, etc, etc.
Essa relação estreita e nebulosa que se cria entre empreiteiras e políticos, do primeiro a outros escalões, é perigosa e pode acabar em navalha na carne. O jornalista Ricardo Noblat, em seu blog, diz que o senador Renan Calheiros chegou a indicar nomes para cargos públicos, como o do engenheiro Aloísio Vasconcelos Novais, que assumiu a Eletrobrás quando Rondeau deixou o cargo para ser ministro de Minas e Energia.
Está aí o “xis” da questão: quando as indicações para cargos públicos dos mais variados órgãos e empresas do governo são feitas a partir do desejo e interesses de empreiteiras. Desejos esses, invariavelmente, satisfeitos pelas mãos de um político. Está aí um conselho que fica para o ministro dos portos: evitar indicações nas direções dos portos feitas por empreiteiras, que possam ter interesse direto nos negócios do porto.
Garfo e faca
Os gatunos denunciados pela Operação Navalha já estavam com “garfo e faca” nas mãos para atacarem os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa, inclusive, que prevê a destinação de vultosas verbas para obras urgentes para os portos, como no caso das dragagens.
Fonte: PortoGente