Terça, 04 Fevereiro 2025

Uma missão de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) está no Brasil desde a semana passada, quase incógnita. Já passou por São Paulo e Rio, visitando empresas e entidades do setor produtivo.

Ontem, quando o grupo chegou ao Banco Central (BC), não havia câmeras de TV nem dezenas de repórteres, como era hábito na época em que o País era o maior devedor do Fundo.

O interesse diminuiu muito desde que a dívida brasileira com o organismo foi quitada, em dezembro de 2005. Agora, o FMI só vem ao Brasil para coletar dados, a exemplo do que faz com todos os países sócios.

É um cenário muito diferente do que se via nos tempos de crise financeira. Em 1999, no auge da turbulência que levou o Brasil a adotar o câmbio flutuante, dezenas de repórteres brasileiros e estrangeiros se amontoaram na portaria do Ministério da Fazenda.

Quando o então vice-diretor-gerente do Fundo, Stanley Fischer, chegou para se reunir com ministro da Fazenda na época, Pedro Malan, foi cercado por tantos fotógrafos e cinegrafistas que mal conseguia se mexer. Franzino, Fischer saiu do cerco com uma expressão de pânico no rosto.

O assédio da mídia aos técnicos do FMI era intenso a ponto de o então chefe da missão, Lorenzo Perez, ter sido acompanhado por um grupo de repórteres até quando foi à missa, num domingo. O padre, para não perder a ocasião, fez um sermão sobre política e economia. Também causavam sensação os vestidos muito coloridos da chefe do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Teresa Ter-Minassian.

Agora, a tensão com as visitas do FMI é nula. Ontem, o representante do Brasil no organismo, Paulo Nogueira Batista Júnior, torcedor do Fluminense do Rio, se deu até ao luxo de falar de futebol.

Outro sinal de mudança é que missão é chefiada por José Fajgenbaum, o mesmo que, no início dos anos 90, no governo Collor, causou grande polêmica ao defender que o Brasil precisava reformar a Constituição. A reação foi tão violenta que o FMI o chamou de volta e trocou a chefia da missão.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 24 MAI 07

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