Quarta, 05 Fevereiro 2025

Os acordos bilaterais entre o Brasil e a Índia tendem a aumentar este ano e já se refletem em ampliação de projetos das autoridades oficiais dos dois governos e da classe empresarial. Segundo o embaixador da Índia no Brasil, H. S. Puri, o seu país tem interesse nas indústrias brasileiras nas aéreas têxtil, siderúrgico, automobilístico, tecnologia da informação (TI) e também em alimentos.

A previsão já para este ano, conforme Puri, é de que os dois países movimentem entre importação e exportação cerca de US$ 3 bilhões — crescimento 20% em relação a 2006. “O Brasil tem condições de ampliar mercado no agronegócio, em diversos setores industrias e na área tecnológica. A intenção do meu país é que sejamos parceiros em diversos setores”, diz.

De acordo com o porta-voz da Câmara de Comércio Brasil-Índia (CCBI), Roberto Paranhos do Rio Branco, os acordos bilaterais estão sendo traçados para impulsionar os negócios entre os dois países no setor têxtil, tecnológico, farmacêutico, siderúrgico e aeronáutico. “Um exemplo das negociações é o acordo entre a empresa brasileira Marcopolo e a indiana Tata Motors que firmaram parceria no ano passado para a construção de uma fábrica de ônibus”, ressalta. O projeto inicial tinha investimentos de US$ 13,3 milhões e será ampliado para total de US$ 44 milhões por conta da previsão de produção e investimento. A montadora terá capacidade para produzir 7 mil ônibus rodoviários, urbanos e micros por ano.

Enquanto isso, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) é uma das finalistas para tentar assumir o controle da mineradora da Índia Sesa Goa, a maior exportadora de minério de ferro da índia, com venda anual de 9,5 milhões de toneladas. No início desde ano, a japonesa Mitsui resolveu colocar à venda os 51% do capital da mineradora, atraindo o interesse de cerca de 20 empresas, inicialmente. O processo de venda aproxima-se da fase final e apenas três a quatro companhias passaram pelo funil e continuam a concorrer. Além da Vale, há certeza de que a siderúrgica Arcelor Mittal continua no páreo. As propostas finais devem ser entregues no final de março ao banco de investimentos Morgan Stanley, que representa a Mitsui no negócio. A empresa é avaliada entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões.

No setor têxtil a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit) recebeu no final de fevereiro a visita de ministros indianos interessados em adquirir tecnologia, máquinas e equipamentos do Brasil, mas nada é certo, ainda. Também está sendo discutido a venda para aquele país de matérias-primas. “Uma missão de empresários irá visitar a Índia e China no próximo semestre para detalhar futuros projetos”, destaca Fernando Pimentel, diretor superintendente.

Argentina
De olho nos negócios com o Mercosul, a Argentina é o mais novo mercado conquistado pelos indianos. A montadora italiana Fiat anunciou a produção de uma nova picape na sua planta argentina de Córdoba em conjunto com a Tata Motors. O acordo, fechado na última semana, segundo o embaixador Puri, prevê investimentos planejados da ordem de US$ 80 milhões e engloba o licenciamento da Tata para a produção de uma picape com a marca Fiat na planta argentina. A previsão é de que os primeiros veículos saiam da linha de montagem já em 2008, com uma produção anual em 20 mil unidades.

Em visita a São Paulo, onde será realizada a terceira edição da feira Índia Show com 100 empresas indianas o embaixador ressaltou que o Brasil é um importante corredor com o seu país e que o Mercosul, embora tenha uma representatividade modesta, tem todos os fatores para crescer em negociações. “Hoje, são 500 produtos de cada lado, e a intenção é de aumentar essa proporção ainda este ano”, conta o embaixador. No ano passado o Brasil importou da Índia US$ 1,5 bilhão, enquanto exportou US$ 1 bilhão, montante similar a de 2005.

“A projeção é de que este ano de 2007, o País ultrapasse o resultado obtido nos dois anos anteriores, que ficaram iguais”, afirma Roberto Paranhos do Rio Branco.

Fonte: DCI - 02 MAR 07

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