A cobertura remanescente da Mata Atlântica no Rio de Janeiro aumentou para 30,7%. O aumento se deve à nova medição feita pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que passou a contabilizar áreas menores.
Antes, apenas áreas com mais de 3 hectares eram contadas. Com o acesso a imagens de satélite de melhor resolução, os técnicos passaram a levar em conta áreas a partir de 1 hectare no estado.
Ainda segundo o levantamento, divulgado no dia 14 último, o estado do Rio tem 18,6% de sua área coberta por remanescentes florestais, 1,2% preenchido por restingas e 0,3%, por mangues.
Com o aumento da precisão dos dados, foi possível acrescentar a essas áreas cerca de 10% classificados como vegetação natural e 0,6% de formações naturais não florestais, que incluem refúgios naturais, vegetação de várzea, campos de altitude e dunas. O maior detalhamento na medição, na visão da diretora executiva Márcia Hirota, permite um melhor planejamento do manejo florestal.
"É importante para a gente ver como está a situação dessas áreas e como é a interligação delas com outras que estão mais preservadas. É possível ver também as áreas que estão alteradas, mas ainda assim são importantes num contexto regional para a ligação de corredores de mata. Esse olhar, digamos, mais preciso, é justamente para contribuir para esse planejamento da Mata Atlântica."
Mapeamento
A área total incluída no mapeamento soma 435.530 hectares, elevando o total da área de Mata Atlântica no estado para 1,3 milhão de hectares. Na capital, o percentual de área preservada é 29,7%, ou cerca de 34 mil hectares.
Quando o levantamento começou, em 1990, considerava apenas áreas com mais de 40 hectares, limite que foi sendo reduzido pelos aprimoramentos técnicos para 25 hectares, 10 hectares, 5 hectares e 3 hectares com o passar dos anos.
De acordo com o estudo, o estado do Rio de Janeiro tem ainda 14,3% de seu território coberto por áreas de floresta maiores que 100 hectares.
O município de Paraty é o que tem a maior cobertura de Mata Atlântica, com 88,7% de sua área total. Desses, 10,2% puderam ser detectados graças à precisão de 3 hectares.
No próximo dia 27, Dia Nacional da Mata Atlântica, a fundação vai divulgar os dados de desmatamento e regeneração em relação ao ano anterior. Para Márcia Hirota, mesmo quem vive nas cidades precisa estar atento à preservação das florestas. "A floresta garante a sobrevivência de quem vive na cidade também. É graças à floresta protegida que temos benefícios ambientais como água." Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil