Sexta, 22 Novembro 2024

A Apple, o Facebook e o Google continuam liderando os esforços para construir uma ‘Internet’ que seja alimentada por energia renovável. No entanto, a falta de cooperação das empresas de eletricidade e o rápido crescimento da demanda de energia por parte das empresas de tecnologia e internet ameaçam essa ambição, de acordo com o novo relatório do Greenpeace.

O relatório detalha a imensa capacidade e poder que as empresas de tecnologia têm ou para conduzir a revolução energética investindo em fontes renováveis, ou transformar a nova economia digital em ultrapassada e baseada no uso de combustíveis fósseis e poluentes. As apostas são altas: se a ‘Internet’ fosse um país seria o sexto maior consumidor de eletricidade no mundo. 

A resistência permanente aos investimentos em energias renováveis por parte do monopólio dos utilitários de carvão em centros de dados em locais como Virginia, Carolina do Norte e Taiwan causam o rápido crescimento da demanda de energia suja no mundo digital.

Confira o ranking de uso de energia renováveis nas maiores empresas de internet. Leia o relatório aqui (em inglês)

A pesquisa do Greenpeace aponta que as empresas de tecnologia estão cada vez mais optando por usar energias renováveis, mas que acabam encontrando a barreira da teimosia das empresas de energia que, como um verdadeiro monopólio inflexível, se recusam a mudar para as fontes de energia do século 21.

Empresas como Apple, Google e Facebook precisam trabalhar juntas para conseguir ter acesso a energia mais limpa e também para pressionar os políticos a provocar essa mudança. O relatório também destaca a falta de transparência da Amazon, cuja subsidiária de computação em nuvem – a Amazon Web Services (AWS) – abriga grande parte da internet em seus centros de dados. A AWS deu alguns passos significativos ao longo do último ano, inclusive comprometendo-se a abastecer suas operações com 100% de energia renovável, mas a falta de transparência sobre seu consumo de energia é uma preocupação crescente para seus clientes.

Embora a AWS tenha anunciado planos para comprar mais de 100 MW de energia eólica no ano passado, o Greenpeace descobriu que a empresa continua a expandir-se rapidamente e investiu em um novo centro de dados na Virgínia que aumentará a demanda por energia em 200 MW no Estado. O problema é que o acesso a energia renovável na rede na Virgínia é de apenas 2%.

O relatório mostra que a Apple continua a ser a empresa mais avançada quando se trata de alimentar suas operações com energia renovável. Apesar de um crescimento vertiginoso, a Apple conseguiu manter o ritmo de energia renovável em sua cadeira de fornecimento, mantendo sua reivindicação de ter sua computação em nuvem 100% renovável.

A Apple é seguida pelo Yahoo, Facebook e Google com 73%, 49% e 46% de energia limpa respectivamente.

Serviços de streaming de vídeo como o Netflix, Hulu e YouTube são grandes responsáveis pelo aumento de demanda de energia na internet. Estima-se que apenas o streaming de vídeo seja, hoje, responsável por mais de 60% do tráfego de internet dos consumidores, e deva crescer para 76% até 2018. 

O Greenpeace convoca as principais empresas de Internet para:

  • Faça um compromisso de longo prazo para serem alimentadas 100% por energias renováveis
  • Comprometam-se com transparência no desempenho e consumo de seus recursos, incluindo suas fontes de energia elétrica, permitindo dessa forma que clientes, investidores e partes interessadas meçam o  progresso em direção a esse objetivo;
  • Desenvolvam uma estratégia para aumentar a oferta de energia renovável, combinando contratos, investimentos e advocacia corporativa tanto para fornecedores de eletricidade quanto para tomadores de decisão do governo.

Acesse clickclean.org para saber mais, leia o relatório e descubra se a sua marca preferida de tecnologia está se tornando limpa. Junte-se às pessoas que estão pedindo por mais energia renovável na internet e assine a petição (em inglês). Fonte: Greenpeace Brasil

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