Sexta, 22 Novembro 2024

O presidente da Federação da Indústria do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, conversou com Portogente sobre a adesão do empresariado ao “Selo Clima Paraná”, uma iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) para reduzir as emissão de gases de efeito estufa na atmosfera (GEE). Segundo ele, o investimento em tecnologia que mitigue o GEE será um diferencial na competitividade das empresas, que terão mais acesso a selos de qualidade exigidos pelo mercado internacional.

Foto: Assessoria de Imprensa Fiep

Lançamento de Registro Público de Emissões de Gases Efeito Estufa

Portogente - Sobre o "Selo Clima Paraná", quais são as etapas de implantação do projeto? Há uma perspectiva de trabalhar a educação ambiental do empresariado?Campagnolo - O selo foi regulamentado em dezembro pela Sema, por meio da Resolução nº 058, que estabelece as regras de funcionamento do Registro Público Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa e as normas para obtenção do selo. Ele é outorgado pelo Estado às empresas que apresentam o seu inventário de emissões de acordo com os padrões estabelecidos pela secretaria e a normativa relacionada. Dependendo do atendimento aos requisitos da resolução, a organização que tiver validada a sua declaração recebe uma das categorias do selo estadual: ouro, prata ou bronze. As companhias certificadas com o Selo Ouro recebem inclusive um ano de prorrogação na validade da sua Licença de Operação.

Portogente – O que levou a Fiep a aderir ao programa?
Campagnolo - Por reconhecer a relevância do tema. O Sistema Fiep apoia e incentiva o industrial paranaense a cumprir a legislação ambiental e ter compromisso com o desenvolvimento sustentável. Como é uma iniciativa de participação voluntária, vamos atuar em sua divulgação junto ao setor industrial do Estado e prestar auxílio às empresas que queiram aderir. É importante que os empresários tenham consciência de que, além de contribuírem para a redução das emissões atmosféricas de suas indústrias e cuidarem mais do meio ambiente, a participação no programa e a obtenção do selo podem representar um diferencial competitivo para as empresas.

Portogente - Qual o volume de investimentos previstos para a prevenção aos danos ambientais?
Campagnolo - Todas as empresas que pretendem apresentar o seu inventário de emissões precisarão investir em medidores, sensores e sistemas de monitoramento, em especial aquelas que possuem emissões diretas geradas em sua operação. Além disso, as empresas que almejarem o Selo Ouro ou Selo Prata precisam contratar uma Organização Verificadora para validar o seu inventário. Obviamente, tudo isto implica em custos adicionais para as empresas, mas é difícil mensurar o montante que elas precisarão investir – até porque vai depender das características das emissões de cada processo industrial. De alguma forma, porém, a expectativa é que esses custos possam ser compensados pelas empresas.

Portogente - A FIEP está articulando com os gestores públicos e com a sociedade civil sobre esses investimentos tanto educativos como de recursos para prevenção?
Campagnolo - O Sistema Fiep defende e incentiva a participação das empresas em toda e qualquer iniciativa de sustentabilidade nas nossas indústrias. Neste sentido, estamos sempre articulando discussões com o Estado para encontrar mecanismos que estimulem a mitigação de impactos ambientais e preservem o meio ambiente, mas levando em conta a realidade socioeconômica do país. Já fazemos isso, por exemplo, no caso da logística reversa. Através de uma articulação da Fiep junto à Sema, desenvolvemos um processo de elaboração de planos setoriais para a correta destinação de resíduos industriais. Esse trabalho tem sido referência no país. Há anos também disponibilizamos aos empresários paranaenses, através do Senai, laboratórios voltados para a área de meio ambiente, para pesquisas que visam atender às principais legislações ambientais. Para a questão específica das emissões de GEE, a ideia agora é criar um grupo de trabalho, formado por representantes das indústrias e técnicos do Senai, com o objetivo de pensar em formas de incentivar e viabilizar a participação das empresas no Registro Público Estadual.

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