Sexta, 22 Novembro 2024

Há cinco anos, o pior vazamento de petróleo acontecia no Golfo do México. A plataforma Deepwater Horizon, da petrolífera inglesa British Petroleum (BP), explodiu e provocou a morte de sete trabalhadores e o vazamento de cerca de 5 milhões de barris de petróleo no mar. Para se ter uma ideia do tamanho do vazamento, esse número representa quase o dobro da produção diária brasileira. Infelizmente, este desastre não foi o suficiente para que a exploração de petróleo em alto mar passasse a ser encarada como perigosa e nada segura.

“Trata-se de uma atividade perigosa e arriscada que pode tirar vidas e causar danos irreversíveis ao meio ambiente. E o Brasil não está imune a esse tipo de acidente”, diz Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Em fevereiro, tivemos a explosão de um navio-plataforma da Petrobras que causou a morte de nove trabalhadores. Perdemos vidas para explorar uma fonte fóssil e altamente poluente quando poderíamos investir em fontes renováveis como energia solar e eólica.”

No acidente da BP, o petróleo vazou no Golfo do México durante 87 dias, se espalhou por mais de 1.500 km no litoral norte-americano, contaminou e matou milhares de animais. Os efeitos do vazamento ainda estão presentes até hoje e compostos químicos do petróleo são encontrados em animais, inclusive, em ovos de pássaros que se alimentam na região. Há também impactos socioeconômicos como a perda de dezenas de bilhões de dólares das indústrias da pesca e do turismo na costa sul dos Estados Unidos.

Após o acidente, a BP se responsabilizou apenas por metade do vazamento – não indicando quem seria o culpado pelos outros tantos bilhões de litros de petróleo que foram parar no mar. A limpeza começou pouco depois do acidente e de acordo com a petrolífera, mais de US$14 bilhões já foram gastos para mitigar os efeitos do vazamento. Em setembro de 2014, a empresa recebeu uma multa por “grave negligência ao desastre”. 

No Brasil, falta transparência e conhecimento das autoridades públicas sobre o que acontece com a exploração de petróleo na costa brasileira. Segundo um relatório do TCU, apenas 4% de todas as ocorrências em plataformas de petróleo entre 2009 e 2011 foram verificadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. “Precisamos reduzir nossa dependência e o consumo de petróleo. Uma solução é implementar medidas de eficiência energética veicular e investir em mobilidade urbana", conclui Almeida.

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