publicado originalmente por Charles McConnell, diretor-executivo da Iniciativa de Energia e Meio Ambiente da Rice University e ex-secretário adjunto de Energia dos Estados Unidos
A nova Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos, criada na última semanda buscando atender às medidas que visam reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera em 30% até 2030, certamente irá proporcionar uma nova rodada de argumentos unilaterais entre os dois lados desta discussão. Já é hora de ambos os lados que defendem apenas a sua perspectiva (economia ou meio ambiente) reconhecerem que, para garantir o bem-estar da população do nosso mundo de hoje e para o futuro, é preciso ser honesto e abraçar que ambos são essenciais e não mutuamente excludentes. Escolher um ou o outro lado é agir de modo simplório e não atende ao desafio de liderança real e sustentabilidade de que o planeta precisa.
Aqueles que defendem apenas a falar da economia, defendem a indústria do carvão e os segmentos de petróleo e gás. Eles argumentam que a competitividade econômica dos Estados Unidos será danificada e perderá competitividade para o resto do mundo. E ainda negam que o nosso clima está mudando, apontando ser simplesmente coincidência que desde a Revolução Industrial houve mais CO2 feito pelo homem colocado na atmosfera do que em todo o tempo acumulado desde a aurora do homem.
No entanto, empregos e uma economia forte parecem naõ ser necessários em um mundo com o clima no qual não podemos existir. Não pode haver direito social para operar indústrias e que não reconheça que os impactos industriais em nossa água, ar e terra não devem danificar as vidas e o bem-estar do nosso povo. Precisamos de força industrial e de ciência transformadora, de tecnologia e do mais importante: soluções!
Há também aqueles que defendem apenas o meio ambiente e ainda não parecem dispostos a entender que a discussão não é apenas sobre os impactos globais causados pelos Estados Unidos e a escolha de recursos que serão utilizados como combustível. Em artigo anterior, me referi à projeção da demanda mundial de energia, feita pela International Energy Agency's (IEA), que deve dobrar nos próximos 40 anos - e que 90% desse crescimento ocorrerá nas economias em desenvolvimento - e ainda que a oferta mundial de energia em 2050 continuará a ser composta por 85% de combustível fóssil! Não é uma "visão sobre fósseis do mundo"; é o IEA, com sede em Paris, olhando para o mundo real. As pessoas vão escolher o fornecimento de energia que está disponível, abundante e mais acessível em primeiro lugar. Alimentos, roupas e abrigo.
Mas não se desespere, existem soluções. Elas são a tecnologia e a liderança, e liderança e tecnologia. Imaginação, inovação e coragem para estar certo sobre o todo e não apenas sobre algumas partes. As pessoas não escolhem combustíveis ou fontes de energia porque gostam do carvão, do petróleo ou de gás - ou, do mesmo modo, entre vento ou carros solares e a baterias.
Tivemos moinhos de vento desde 1700, carros elétricos existem há mais de 100 anos e temos aprendido muitas lições sobre a necessidade de diminuir a poluição alimentada desde a Revolução Industrial. Eu cresci perto de Pittsburgh em 1960 e não podia ver o outro lado do rio - e ainda hoje não há mais bela cidade. Eu viajei para a China no início deste ano - e sabemos quais os desafios existem e que surgirão pela frente, e não apenas sobre CO2, mas todo o espectro de poluentes ambientais.
Enquanto continuamos obcecados sobre a visão norte-americana do mundo, considere que:
1. Os salários médios do mundo são apenas uma fração do salário médio nos Estados Unidos - e, a propósito, a maioria dos lares norte-americanos fazem muito menos do que a média.
2. O resto do mundo está crescendo em algumas regiões em até 10% ao ano, e este crescimento virá com ou sem liderança tecnológica dos Estados Unidos. Devemos escolher estar dentro - e não fora - do jogo através do investimento em tecnologias limpas fósseis.
3. O uso continuado de combustíveis fósseis, sem transformador de inserção de tecnologia limpa, vai colocar o futuro de nosso mundo em perigo.
Congratulo-me com a entrada de ambos os lados na discussão. Todos nós temos opiniões que irão ajudar a obter a solução final. Vou argumentar que ambos os lados têm a obrigação de escutar - ser verdadeiramente informados sobre a ciência - e fornecer liderança, sem ter uma única grande voz. Há uma grande frase que diz: "se você não mudou sua mente em pelo menos uma coisa no ano passado, então ou você não está ouvindo ou parou de aprender".