Na bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), 35 deputados votaram contra e 45 a favor do Relatório do Novo Código Florestal, somando à larga vantagem de votos que aprovou na Câmara dos Deputados o relatório do deputado federal Aldo Rebelo, do PCdoB de São Paulo. Entre os votos favoráveis do PT chama a atenção o voto da deputada federal catarinense Luci Choinacki, que fez parte da Comissão de Negociação de Conflitos do Código, é aliada da Via Campesina, com origem na agricultura familiar e defensora do meio ambiente.
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Choinacki falou ao Portogente que continua com suas convicções e compromissos com sua base social, mas que a estratégia traçada entre a base aliada e o governo foi a de desobstruir a pauta na Câmara, trancada pela votação do Código, que se arrastava por 20 dias. “Foram feitos esforços para manter unida a bancada do Partido e a orientação do governo era votar o PL 1.876/99, que trancou a pauta. O acordo é de que texto pode ser melhorado no Senado e em último caso a presidenta pode vetar pontos que desagradam ao governo”.
O voto da deputada catarinense seguiu a orientação do governo, porque a presidenta Dilma pediu para a base aliada apresentar quatro emendas e rejeitar a Emenda 164, chamada de “emenda da vergonha nacional”. Na opinião da deputada, “um voto contrário ao relatório negociado significaria lavar as mãos e jogar para a torcida, pois não podemos ser governo só quando interessa, estamos tratando de um projeto de desenvolvimento para o País”, observando que os deputados que votaram contra as mudanças romperam o acordo da bancada.
A Câmara viveu um clima de impasse no último período, com projetos importantes, inclusive tratando das obras da Copa, aguardando sua vez na ordem do dia. O projeto segue agora para ser debatido no Senado.
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