Sábado, 20 Abril 2024

PortoGente entrevistou o oceanógrafo Leopoldo Cavaleri sobre o parecer independente elaborado por 14 cientistas e pesquisadores da Associação de Estudos Costeiros e Marinhos (Ecomar) e da Rede Méros Brasil, que analisa os peixes marinhos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a implantação do estaleiro da OSX, em Biguaçu, norte de Santa Catarina. O estudo aponta como principais impactos sobre a comunidade de peixes da região o aumento no tráfego de embarcações de grande porte, a poluição por óleo e o aumento das emissões sonoras, entre outros.

* Movimentos populares se mobilizam contra estaleiro em Biguaçu
* Especialistas questionam ocupação de litoral por grandes empreendimentos

PortoGente – Por que a Ecomar e a Méros fizeram um parecer independente sobre o estaleiro da OSX?
Cavaleri
- Nos deparamos com um Estudo de Impacto Ambiental que na parte de peixes não tem cabimento científico. Ficamos perplexos, tomamos pé da situação e acionamos a Rede Méros do Brasil, que é um grupo de profissionais e cientistas que trabalham com peixes em universidades e ONGs, além de um histórico de pesquisa na área onde pretendem instalar o empreendimento. Fizemos uma análise coletiva do conteúdo do Eia/Rima produzido pela Caruso Jr. e apontamos as deficiências. 

PortoGente - Quais conclusões vocês apontam em relação aos impactos na manutenção do ecossistema e na produção de pescados?
Cavaleri
– Os profissionais contratados pela Caruso Jr. utilizaram uma metodologia equivocada e limitada para entender a fauna de peixes na região. Das 200 espécies mapeadas na área, a consultoria apresentou apenas 52. Destas, 21 com nomes equivocados. É uma visão reduzida, onde espécies como linguado e anchova, super importantes, não foram nem citadas. Não consideraram que a dragagem pode impactar o berçário de peixes, assim como deixaram de fora riscos de espécies invasoras que vêm no casco da embarcação introduzindo espécies exóticas. Eles dizem com todas as letras que não há espécies ameaçadas de peixe, sendo que sabemos que tem no mínimo 14 naquela região. O ambiente marinho é diferente do terrestre porque tem alta conectividade entre as populações. Algo que acontece aqui em Florianópolis será levado para longe pelas correntes. O Eia-Rima só considera a área do empreendimento e o entorno imediato do canal de dragagem.

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