Quinta, 28 Março 2024

PortoGente teve acesso ao parecer emitido em 9 de abril de 2009 pelo professor Paulo Cesar Simões Lopes, doutor em zoologia e renomado cientista em zoologia aquática. O biólogo foi contratado pela Caruso Jr., que foi contratada pela OSX para elaborar o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do empreendimento.

Na conclusão do parecer, Simões Lopes diz: “Sugere-se, fortemente, a relocação do empreendimento para outra área, onde já existam complexos portuários fora de baías ou enseadas, de maneira que os efeitos nocivos não sejam potencializados como ocorre nas áreas internas”. Recomenda ainda aos empreendedores que “não aceitem o risco do passivo ambiental, considerando assim a proposta da obra na área como ambientalmente inviável.”
 
O parecer avalia os impactos do empreendimento sobre os botos-cinza, residentes da área proposta para o estaleiro, dentro da APA Anhatomirim, unidade de conservação federal criada com o objetivo de promover o manejo sustentável da área e garantir a preservação da população de golfinhos, ameaçada de extinção.

Foto: Paulo A.C. Flores

Os alegres botos-cinza correm risco de extinção

Simões Lopes aponta no trabalho de 18 páginas que a sobreposição espacial e a finalidade do empreendimento “agravará os impactos pré-existentes na área e gerará novos vetores de pressão sem precedentes sobre a população de botos-cinza”. Entre os impactos, destacam-se:

 - Perda de habitat e degradação ambiental: a dragagem gera uma alteração completa de fundo, uma nova topografia que será danosa aos recursos alimentares do boto-cinza, bem como as condições do habitat. Aponta que os impactos serão gravíssimos, permanentes e irreversíveis.

- Perda sócio-econômica e paisagística: a destruição da fauna de fundo, devido a dragagem, afetará todas as comunidades humanas litorâneas do entorno do empreendimento, principalmente a pesca e a vocação turística de Florianópolis e região.

- Poluição química: aumento de riscos de vazamento de óleo combustível devido a circulação de embarcações, que afetará a cadeia alimentar e as praias e populações da costa continental da Baía Norte, nos casos de vento nordeste. O vento sul lançará óleo sobre praias da Daniela e do Forte e sobre a Estação Ecológica de Carijós e APA Anhatomirim. O óleo das atividades industriais do estaleiro será conduzido ao mar, assim como os resíduos industriais, destacando-se o TBT (tributyltin), procedente de tintas anti-incrustrantes aplicadas nos cascos de navios e plataformas. Essa substância atua diretamente na supressão do sistema imunológico.

- Poluição sonora: a implantação da obra, a dragagem e o tráfego de embarcações geram ruídos prejudiciais aos botos, podendo levar ao abandono da área, por atrapalhar a orientação, a comunicação e a busca de alimentos.

- Pressões sobre a APA de Anhatomirim: sofrerá todos os impactos mencionados, no seu ecossistema como um todo.

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