O engenheiro Paulo Ferraz, e especialista em transporte ferroviário de longa data, em conversa com o Portogente, lamentou as novas vítimas fatais dos trens e trilhos da América Latina Logística (ALL). Mas por trás dessa tragédia tem muito mais. Com a palavra, o senhor Ferraz: “Além das lamentáveis perdas ocorridas de empregados por acidentes de trabalho (maquinistas, manobradores, mecânicos) os relatórios da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam, anualmente, muitos acidentes de gravidade A (de maiores consequências) com dezenas de vítimas da concessionária.”
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Acontece, critica Ferraz, que as providências administrativas de corte de custos muitas vezes acarretam aumento de riscos. “E esses riscos não são apenas para os clientes, mas também para empregados e chega a ameaçar toda a comunidade ao longo da ferrovia”, faz boa observação. E completa: “O negócio da operação ferroviária não é restrito aos limites da sua propriedade como numa indústria, comércio, etc. Ele coloca em perigo pessoas que moram ou transitam a margens dos trilhos e os patrimônios vizinhos.”
Desse modo os órgãos de fiscalização em nosso país deveriam fazer uma investigação rigorosa das condições de trabalho nessa empresa. “É bom lembrar que por muito menos o Governo da Argentina cassou a concessão da ALL na Argentina”, lembra.