O engenheiro de segurança Celso Atienza, que acompanhou outra tragédia na Baixada Santista, a da Vila Socó, em 1984, ainda está com o acidente da Ultracargo na cabeça e critica, enfaticamente, os vários fatores não levados em conta que resultaram num incêndio que durou nove dias e trouxe temor a região da Baixada Santista, do dia 2 de abril a 9.
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“O Brasil tem o grave defeito de querer criar heróis nesses casos”, lamenta, referindo-se que isso acaba sendo uma “cortina de fumaça” para se discutir o que deve ser discutido de forma séria e transparente para a sociedade.
Atienza observa que o Plano de Auxílio Mútuo (PAM) já deveria prever esse tipo de risco e, portanto, ter toda a infraestrutura necessária disponível. “O bombeiro não teve recurso para combater o fogo, eles foram apenas com a coragem e idealismo.” E completa: “O Brasil não previne e depois quer criar heróis.”
O profissional enfatiza: “Fatalidade é um termo que não se usa em engenharia de segurança. Existe irresponsabilidade.”