Quarta, 24 Abril 2024

Brilhantemente, o engenheiro de segurança Celso Atienza põe os “pingos nos is”, como diz adágio popular, sobre o desastre ocorrido em seis tanques de combustível – álcool anidro e gasolina – da Ultracargo, terminal localizado no Porto de Santos, no litoral sul paulista. O incêndio, que durou nove dias – começando no dia 2 de abril e sendo debelado, totalmente, no dia 9 –, para o especialista, foi “uma tragédia anunciada”. Ele refuta enfaticamente quem atribui ao acidente uma fatalidade. E completa: “Fatalidade é um termo que não se usa em engenharia de segurança. Existe irresponsabilidade.”

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“O grande erro num acidente ou desastre, e esse foi o caso desse incêndio, é que vários fatores não foram levados em consideração antes”, explica, acrescentando que não se tem um incidente por um único erro, mas por uma sucessão deles. Para ele, no caso específico da Ultracargo, empresa do Grupo Ipiranga, o armazenamento estava muito próximo, não foi obedecida a distância necessária entre os reservatórios para que o fogo não se propagasse tão rápido como ocorreu e não havia um sistema de espuma dentro dos reservatórios. Outro problema apontado por Atienza é com relação ao tanque de decantação: “Quando há um vazamento, que também é uma das possibilidades de se iniciar um incêndio, ele deveria ser escoado para um tanque de decantação, os projetos não têm essa previsão. Isso é uma situação básica de projeto de engenharia de segurança.”

Segundo o engenheiro, faz-se uma instalação onde as preocupações são com a produção e conta-se com a sorte de que nunca vai acontecer nada. “Um complexo petroquímico, como é o caso da Ultracargo, está classificado na área de alto risco. Deve-se pensar e planejar a partir do que pode acontecer nesses acidentes.” E critica: “No Brasil, a discussão acontece sempre pós-tragédias, nunca antes.”

O projeto de engenharia de segurança é feito para prever as tragédias. “Se você não quer que aconteça um desastre se prepare para ele”, ensina. E finaliza: "A cultura de segurança nos portos é zero."

Foto: Facebook/Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo

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