A proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ações da Petrobras não está esquecida pelo deputado federal Maurício Quintella, do PR de Alagoas. Ele lembra que já foram coletadas 199 assinaturas, 28 além do número regimental da Câmara Federal. “Até hoje estamos aguardando a definição da presidência desta Casa de que existe ou não fato determinado que possibilite a sua instalação”, lamenta, dizendo que Henrique Eduardo Alves alega que há uma fila de CPIs que estão na frente.
Em contato com o Portogente, a assessoria do parlamentar reafirmou que Quintella está firme no propósito de criar a CPI da Petrobras. Em vários discursos na Câmara, Quintella cobrou que o plenário possui instrumento legal para fazer a instalação de uma CPI, independentemente da vontade do presidente. Segundo ele, as denúncias não foram esclarecidas e dizem respeito a dinheiro público.
O pedido de CPI foi feito pelo deputado depois de notícias publicadas pela Revista Época sobre irregularidades envolvendo contratos internacionais da Petrobras. A comissão teria por objeto investigar a compra de uma refinaria pela companhia em Passadena, nos Estados Unidos, em 2006. Cinquenta por cento dessa refinaria foi comprada pela Astra Oil em 2005 por US$ 45 milhões. Um ano depois, a empresa comprou esses mesmos 50% por US$360 milhões e em 2008 encerrou essa compra pagando mais US$ 820 milhões, ou seja, totalizando US$ 1,2 bilhão. Negócio que se mostrou logo depois absolutamente ineficaz, um prejuízo para os cofres públicos. Uma compra cheia de problemas, que não passou pelo Conselho de Administração. A refinaria foi colocada este ano pela Petrobras nas vendas de seus ativos e recebeu apenas uma proposta, no valor de 10% daquilo que pagou, US$ 180 milhões.
Foto: Alagoas 24 Horas
Deputado quer apurar situações denunciadas por
revista sobre operações da Petrobras nos EUA