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Adams, agora, só tem olhos para Nelio Botelho, caso Libra passa ao largo
Para quem está na arquibancada das #ruas vê mais empenho do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, na reintegração de posse de área de 200 metros quadrados, na rodovia Presidente Dutra (Rio de Janeiro), da União, ocupada irregularmente pela Coobrascam, presidida por Nelio Botelho, que liderou protesto de caminhoneiros, na última semana. Todavia, faz ouvidos moucos e olhos de paisagem para a cobrança de dívida bilionária da Libra Terminais com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), no Porto de Santos, que ultrapassa R$ 1 bilhão. Proporcionalmente, o caso do Botelho está para a formiga, como o da Libra para o elefante.
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Faz quase um mês, Portogente perguntou ao órgão do governo sobre o caso do terminal portuário, mas até agora não obteve resposta. Recentemente, Adams teve o seu principal auxiliar, José Weber, ligado à máfia de venda de pareceres públicos a empresas no porto santista. Por conta desse episódio e sem explicar o porquê, a presidente Dilma andou evitando contato com o chefe da AGU.
Esse caso da Libra também contou com interferências de Paulo Vieira, personagem central na investigação da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, na qual está envolvido o ex-braço direito de Adams.
Convém, portanto, a AGU dar especial publicidade ao caso que se arrasta na Justiça há mais de oito anos e que já tem manifestação judicial (leia aqui) favorável à Codesp. Ou seja, a dívida da Libra existe, é grande, e a Justiça mandou pagar.
Entre salas “a portas fechadas” e corredores do Porto de Santos e em Brasília, está em curso uma negociação dessa dívida em forma de investimento, como se o dinheiro da empresa pública Codesp pudesse ser aplicado, a fundo perdido, no crescimento econômico particular e privada da Libra. Essa solução financeira, ao dar tratamento privilegiado e imoral a uma empresa, vai prejudicar muito, e não pouco, o processo concorrencial que se pretende existir no mais importante complexo portuário da América do Sul à luz, inclusive, do novo marco regulatório portuário pela fresca Lei 12.815/13.
Enquanto faltar informação, Portogente atuará de forma séria e responsável em busca das respostas desse intricado caso.