Sexta, 22 Novembro 2024

O desperdício de água já tratada representa uma perda de mais de R$ 10 bilhões por ano, segundo estudo que resultou de parceria entre o Instituto Trata Brasil e a Universidade de São Paulo (USP), publicado em março de 2013. Além de agravar a escassez hídrica, essas perdas dificultam novos investimentos em abastecimento e saneamento, limitando a oferta de serviços essenciais à população.

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A explicação, em boa parte, está nas tubulações antigas e mal conservadas, por onde a água escorre sem controle. Com desperdício tão elevado, as companhias acabam retirando do ambiente mais água do que realmente a população necessita. Além disso, há roubos e ligações clandestinas, ausência de medição ou medições incorretas, com impacto considerável sobre o faturamento das empresas.

Segundo estratégia traçada pela Agência Nacional de Águas (ANA), na publicação “Atlas Brasil — abastecimento urbano de água”, todos os municípios teriam condições de reduzir as perdas para patamar de 30% até 2025. Para que essa meta possa ser alcançada, o órgão defende a aplicação de R$ 834 milhões em ações diversas.

Com redução de apenas 10% nas perdas, as operadoras já agregariam R$ 1,3 bilhão anuais às suas receitas. É o que indica o estudo do Instituto Trata Brasil e da USP, intitulado Perdas de Água: entraves ao avanço do saneamento básico e riscos de agravamento à escassez hídrica no Brasil.

Tal informação confirma, infelizmente, que os problemas nacionais sempre têm uma raiz no malfeito, no mal organizado, no mal administrado. Esbarramos naquela história do “jeitinho brasileiro” ou da “gambiarra”. E quem quase sempre dá o (péssimo) exemplo não é a sociedade, é quem tem o poder de mando, seja numa estrutura de governo ou em grandes empresas.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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