Logo, todo mundo na Terra estará conectado. Com mais cinco bilhões de pessoas fazendo parte do mundo virtual, esse crescimento na conectividade digital irá trazer ganhos de produtividade, saúde, educação, qualidade de vida e milhares de outras possibilidades no dia a dia das pessoas. Isso será verdade para todos, do mais elitizado a aqueles da base da pirâmide econômica.
No entanto, para Eric Schimidt, presidente executivo do Google, conectividade vai significar diferentes coisas para diferentes pessoas, principalmente porque os problemas que elas têm de resolver diferem drasticamente. O que pode parecer um pequeno pulo à frente para alguns – como um smart phone em torno de R$ 100 – pode ser bem profundo para um determinado grupo; ou como comprar um carro sem motorista para trabalhar é para outro.
Mesmo as pessoas achando que estando conectadas virtualmente se tornarão mais iguais – com acesso às mesmas plataformas básicas, às informação e recursos online – ao mesmo tempo persistem as diferenças no mundo físico.
Conectividade não vai resolver as diferenças de salários, ainda que venha suavizar algumas das suas complexas causas, como deficiência no acesso à educação e oportunidades de ganhos. Lógico que é preciso reconhecer e celebrar essa inovação em si. Entretanto, quem for interessado acerca de prosperidade econômica, direitos humanos, justiça social, educação e auto-determinação poderá avaliar como a conectividade é útil para atingir esses alvos e ir muito além deles. A desigualdade e o abuso de poder é da natureza humana, e nós não conseguimos eliminá-los, mas com a inclusão tecnológica é possível ajudar a transferir o poder para mãos das pessoas e acreditar que elas, cada uma por si, irão alterar esse quadro. Isso não será uma tarefa fácil, mas que vai valer a pena.