Em tempos de carnaval, como diz a marchinha, "recordar é viver". Pois então: em junho de 1999 três partidos estavam em fogo cruzadíssimo: PMDB, PSDB e o então PFL. Em longo texto, a revista Istoé foi aos meandros das trocas de farpas entre caciques das três agremiações partidárias.
Em 2018, Temer inspira fantasia em escola de samba
do Rio: o "presidente vampiro" do neoliberalismo.
De acordo com a matéria, à época, o então senador baiano Antônio Carlos Magalhães manteve "um almoço com o governador Mário Covas (PSDB) onde acertou uma estratégia para esvaziar a bola do PMDB junto aos tucanos. "Voltou a Brasília com farta munição contra Michel Temer. Entre uma garfada e outra, Covas contou a Antônio Carlos que alguns pesos pesados do empresariado estavam revoltados com a ação dos peemedebistas na área portuária, um feudo do partido no loteamento de cargos do governo FHC."
Ainda no relato do semanário :"O coordenador-geral da Ação Empresarial, Jorge Gerdau Johannpeter, chegou a enviar uma carta ao ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, em protesto contra a decisão do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), de substituir oficiais da Marinha no comando dos conselhos de autoridade portuária de Santos, Rio Grande e Paranaguá. No porto de Santos, por determinação do Planalto, o ministro teve de voltar atrás e manter no cargo o capitão-de-mar-e-guerra Francisco Luiz Gallo."
E prossegue: "Na avaliação de Covas e ACM, Padilha promoveu as mexidas nos portos com o propósito de ampliar o raio de atuação do PMDB no setor portuário. Denúncias de irregularidades na Companhia Docas Porto de Santos, dirigida por apadrinhados de Michel Temer, estão sob investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU). Em maio, a construção do terminal II do porto de Santos foi suspensa pelo TCU por causa de aditivos contratuais com a empreiteira Andrade Gutierrez que encareceram em 141,21% o preço original da obra."
ACM não teve papas na língua: "As coisas morais nunca foram o forte do senhor Temer. Se abrir um inquérito no porto de Santos, ele ficará péssimo."