O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, encaminhou ofício ao novo embaixador da França no Brasil, Michel Miraillet, para defender a agropecuária brasileira e esclarecer que a qualidade e a sanidade dos produtos nacionais são atestadas e aprovadas pelos mais de 160 países que importaram do Brasil em 2017.
Na última semana, o embaixador francês disse, em almoço com jornalistas, que as questões de segurança alimentar devem fazer parte das tratativas nas negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e sinalizou que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, pode ser uma barreira para o diálogo entre os dois blocos.
No texto encaminhado ao diplomata europeu, João Martins afirma que "a carne brasileira é internacionalmente reconhecida por sua qualidade e sanidade, tal fato não é validado apenas por nós, mas pelos 164 países que já compraram nossas carnes neste ano. Esse sucesso comercial é fruto do esforço cotidiano de milhões de produtores rurais, trabalhadores das agroindústrias e funcionários públicos”.
Ele disse que, em 2016, o comércio entre os dois países movimentou US$ 6 bilhões, dos quais 25% foram de produtos do agronegócio. Desta forma, alertou que “é preocupante que informações inverídicas sobre a produção brasileira sejam usadas na elaboração de posicionamentos franceses nas negociações em curso”. E lembrou que a própria União Europeia recentemente teve sérios problemas sanitários, como nos episódios de uso ilegal de carne de cavalo para alimentação humana e o uso do inseticida fipronil em mais de 450 granjas europeias, sendo uma delas na França, que resultou na queda do consumo de ovos pela população europeia.
O gesto do presidente da CNA deve nortear uma forte campanha do nosso agronegócio. Hoje o Brasil ocupa um papel de destaque na alimentação do mundo que precisa ser valorizado. Internamente, deve ser fiscalizado para engrandecimento do setor. Como é fácil perceber, a área de alimento é pré-requisito para se ter saúde.