A Confederação Nacional de Transportes (CNT) repudia a insegurança sofrida pelos que trabalham no setor de transporte de bens e de pessoas no Estado do Rio de Janeiro. Moção nesse sentido foi apresentada durante a XXVII Assembleia Geral Ordinária da Câmara Interamericana de Transportes (CIT) e aprovada por seus 18 países integrantes. O documento, destinado à Organização dos Estados Americanos (OEA), informa que, no período de 2011 a 2016, os roubos de cargas no Brasil aumentaram 86%, causando um prejuízo de mais de R$ 6,1 bilhões ao país, especialmente às empresas transportadoras e aos transportadores autônomos.
Numa lista de 57 países o Brasil é apontado como o oitavo mais perigoso para o transporte de cargas, ficando à frente de países em guerra e em conflito civil, como Paquistão, Eritreia e Sudão do Sul. O presidente da CNT, Clésio Andrade, aponta como o maior impacto social o aumento da violência, uma vez que o roubo de cargas vem sendo utilizado para financiar o tráfico de drogas e de armas.
O número de ônibus e caminhões queimados no Rio de Janeiro é também considerado alarmante. Só nos primeiros quatro meses do ano, foram registrados 39 incêndios de coletivos e caminhões, número superior às ocorrências de todo o ano passado. Ao aprovar a moção de repúdio apresentada pela CNT, a Assembleia Geral da CIT reconheceu a gravidade do tema e decidiu levá-lo ao conhecimento de todos os países integrantes da OEA.