Organismo e algoritmo ficam cada vez mais convergentes. É o que acaba de demonstrar o visionário tecnológico Elon Musk, da Tesla e SpaceX, ao lançar a sua startup Neuralink, com o objetivo de desenvolver tecnologia que irá conectar cérebros humanos diretamente ao computador.
Apesar do estágio do projeto ser o primeiro passo de uma longa caminhada, quem o dá tem experiência bem-sucedida em inteligência artificial suficiente para sinalizar resultados surpreendentemente interessantes. Por outro lado, a máquina como extensão da inteligência homem já é uma realidade, que a tecnologia proposta por Musk quer aperfeiçoar.
A iniciativa é financiada por uma empresa privada de investigação médica com missão de desenvolver “rendas cerebrais”, uma tecnologia que poderá permitir a implantação de pequenos eletrodos no cérebro.
A técnica de trepanagem - perfurar buracos em nossos crânios para tentar corrigir problemas com o cérebro das pessoas - é antiga, assim como a ideia de implantar eletrodos. No entanto, os sensores de imagem médica e o poder de processamento necessários para descobrir como um cérebro humano trabalha para um nível de detalhe que pode ser usado para implantar sensores e excitadores de redes que têm funções específicas, precisas e determinísticas, ainda está em sua infância, segundo o pesquisador Paul Teich.
Cientificamente, o projeto da Neuralink é desenvolver eletrodos avançados que podem ser anexados ou implantados dentro do cérebro, para estabelecer conexão direta e possibilitar eletronicamente estimular áreas específicas do cérebro, como terapia para tratar distúrbios neurais. Sociologicamente falando, também estabelece um controle eletrônico do funcionamento do cérebro. Fácil perceber que essas perspectivas de avanço tão celebradas também trazem preocupações éticas com a possibilidade de se construir monstros artificiais, até agora só habitando no mundo da ficção.