O presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço, destaca que pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a ampla maioria dos empresários brasileiros que trabalham com exportações quer que o País assine acordos comerciais com Estados Unidos e União Europeia. "A mesma pesquisa identificou que, para esses empresários, os principais obstáculos a uma inserção maior do produto nacional no mercado internacional estão no custo do transporte, nas tarifas cobradas por portos e aeroportos e na baixa eficiência governamental no apoio à superação de barreiras", argumenta.
Por isso, ele defende a assinatura de acordo comercial mais amplo com os Estados Unidos, que, ainda que não estabelecesse o livre-comércio, permitisse ao produto manufaturado brasileiro recuperar o espaço perdido no mercado norte-americano. Já o acordo com a União Europeia, prossegue o empresário, depende basicamente do Mercosul, que atravessa uma etapa extremamente conturbada, também em função da atuação atrabiliária dos últimos três governos, que preferiram transformar o bloco num fórum de debates políticos e ideológicos, em vez de um organismo voltado apenas para o aspecto comercial. "Em razão disso, o Brasil, hoje, depende basicamente do Mercosul para desovar seus produtos manufaturados, especialmente de Argentina e Venezuela. Praticamente, 80% dos produtos nacionais enviados para esses países vizinhos são manufaturados", critica.
Toda discussão de ampliação de mercado é salutar, todavia que não se perca, nessa seara, a independência e autonomia nacionais. Não podemos estabelecer acordos comerciais, a pretexto de expandir as exportações, que signifiquem, lá na frente, o engessamento do desenvolvimento do País ou a rusga com países vizinhos. Podemos crescer, mas com atitude democrática e soberana.