Discutir a permanência de Maurício Quintella no cargo de super ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, como pauta a imprensa brasileira, é um caminho heterogêneo dos quais devem seguir as políticas e ações do governo para agilizar a movimentação das produções da indústria e do campo, fundamentais para retomar o desenvolvimento econômico.
Quintella se defende da condenação em primeira instância, em agosto de 2014, como envolvido em esquema que desviou dinheiro destinado ao pagamento de merenda escolar em Alagoas, e que cabe recurso. Portanto, a forma como essa questão vem sendo tratada, erroneamente como definitiva, pode passar a impressão de um insucesso de Temer no exercício da Presidência da República.
O momento é de ações urgentes para investir um orçamento de mais de R$ 13 bi para melhorar a infraestrutura e a logística do País, na construção da propalada ponte para o futuro. Neste projeto, o novo Ministério tem papel protagonista na superação das dificuldades do processo de movimentação do que se produz. O Brasil espera criação de empregos que agreguem maior valor, e para os quais os portos são parte essencial.
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Portos sem direção
A matriz de transportes brasileira precisa ser melhor redistribuída. Pois na distribuição espacial da logística de transportes no território nacional predomina o modal rodoviário, concentrado na região Centro-sul, principalmente no Estado de São Paulo. Todavia, a distribuição das ferrovias e hidrovias é bem reduzida e tem potencial muito pouco explorado, especialmente em um país com as dimensões do Brasil.
Esse desiquilibrio na logística brasileira faz com que os setores produtivos sejam menos competitivos em relação aos concorrentes estrangeiros. Aplicar com prioridade a verba do Ministério e com projetos confiáveis conseguir atrair investimentos privados é o melhor caminho para se buscar ganhos de produtividade.
Mas a eficiência na gestão desse projeto depende prioritariamente de foco e meta. O sucesso vai depender de que não sofra paralisações o curso das ações necessárias e urgentes.