O jornalista especializado em comércio exterior Adelto Gonçalves estranha o reajuste das tarifas no Porto de Imbituba, em Santa Catarina. Ele lembra que, no começo do ano, o porto renovou o desconto de 50% nas tarifas para as atividades relacionadas à movimentação de contêineres, informando que a medida era tomada em função do crescimento apresentado pelo complexo nos últimos anos. "Afinal, em 2014, o porto teve um crescimento de 214,4% no volume de contêineres em relação a 2013, que já havia registrado aumento de 185,9%", observa.
Ele se espanta que se a administração de Imbituba entendeu de manter o desconto de 50%, nada indicava que as tarifas estivessem defasadas. E questiona: "Afinal, qual o comerciante que oferece desconto se já está com o preço de seu produto ou serviço lá embaixo?" E indaga que soa estranho que tenha sido exatamente esse porto aquele que foi autorizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) a adicionar o maior índice de reajuste em suas tarifas (39%), superior até mesmo aos permitidos aos portos de Porto Alegre (33,2%), Recife (32,9%) e Santos (31,7%). Quer dizer, com tamanho reajuste, o desconto, praticamente, desapareceu.
Com o reajuste desmedido, avalia o jornalista, os ganhos de produtividade ficam comprometidos. Tudo isso é de se lamentar porque Imbituba, por sua localização, é um dos poucos portos brasileiros que apresentam condições de receber cargueiros um pouco maiores que deverão descer para o Hemisfério Sul depois da conclusão das obras do Canal do Panamá.