Há vinte meses em operação, a Brasil Terminal Portuário (BTP), no Porto de Santos, comemorou, no dia 24 último, a marca de 1 milhão de contêineres movimentados. Na mesma ocasião, celebrou também a milésima atracação do cargueiro da Mediterranean Shipping Co, MSC Agrigento, que trouxe o milionésimo contêiner. Uma festa de proezas.
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Inaugurado em 29 de novembro de 2013, o terminal da BTP apresentou, em maio desse ano, a sua maior média mensal de produtividade por portêiner (STS, na sigla em inglês), com resultado de 34,11 MPH/STS. Além da curva ascendente de produtividade, a BTP também registrou evolução na agilidade de seus gates, apresentando tempo de 40 minutos em seu “truck cycle” (permanência do caminhão no terminal: entre o pré gate e o gate out). Conseqüências do DNA.
A Brasil Terminal Portuário (BTP) é uma próspera joint-venture entre os grupos internacionais Terminal Investment Limited (TIL), e APM Terminals, respectivamente braços estratégicos e bases logísticas das gigantes armadoras Mediterranean Shipping Company (MSC) e Maersk Group. Sua localização no fundo do canal do porto, junto aos acessos de menor resistência para o rodoviário e ferroviário, lhe propiciam vantagem competitiva, redução de custo operacional e crescimento sustentável. Ganha disputa concorrencial o complexo portuário de Santos, cuja maior movimentação de contêineres da América Latina cresceu 153% nos últimos 5 anos. Ganha o Brasil.
Com redução de custos e aumento da produtividade, amplia a oportunidade decisiva de melhorar a competitividade das exportações para mercados internacionais e reduzir os custos das importações. Longe de pretender resolver a clássica questão do ovo e a galinha, mas é indubitável que deve ser considerado o transporte como o próprio mercado. Mais e mais pessoas pelo mundo estão desejando comprar produtos estrangeiros; o transporte marítimo movimenta 90% do comércio mundial e a circulação global de contêineres projetada para os próximos sete anos ultrapassa 1 bilhão de TEUs. Para atender com agilidade essa demanda é preciso haver crescimento robusto no transporte e portos eficientes que facilitem os fluxos das cadeias de suprimento. Por isso, projetos de qualidade da BTP são bem-vindos.
Nos últimos anos, em geral, ocorreu barateamento dos custos do transporte e redução das barreiras comerciais que estimularam a reorganização das rotas marítimas e suas cadeias globais, com aumento do poder de negociação para integração vertical do transporte terrestre. Esse processo deu liberdade para as armadoras investirem pesado em tecnologia e evoluírem de suporte ao comércio para o estímulo. Daí, passarem a oferecer eficientes serviços transoceânicos porta-à-porta. E fica claro o papel procenico da BTP nesse novo teatro da estrutura operacional do seu terminal, da navegação, forwards e operadores intermodais, para oferecer espaço-tempo contínuo para os fluxos de frete.
Em 18 de junho último, em Londres, Inglaterra, aconteceu o Containerisation International Awards, o maior evento da indústria de contêner do ano. Entre os agraciados em várias categorias, estavam a Maersk Line, como armadora do ano e a APM Terminals Maasvlakte, como inovadora do ano. Indubitavelmente, e em poucas palavras, essa premiação de reconhecimento mundial confere à BTP o título de base logística no Porto de Santos, Brasil, da armadora e da inovadora mundiais do ano no setor de contêiner. Não é pouca coisa quando se constrói uma liderança que faça acontecer.