Para os participantes do Portus, o instituto de seguridade social dos empregados das administrações portuárias, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, que deverá ser instalada nos próximos dias no Senado, poderá trazer luz ao processo que há muito malversa muito, e não pouco, do dinheiro pago por esses trabalhhadores para garantir dias de aposentadoria com dignidade. Como asseguraria os cálculos atuariais aos seus contribuintes, caso não ocorressem decisões incomuns e negócios obscuros.
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Das histórias de administradores com patrimônio imobiliário avultado e iate de luxo em Miami aos investimentos em terrenos adquiridos em favela ou à cessão de áreas nobres para terminais com desvantagens financeiras para o instituto, entre tantos casos estranhos e nada coerentes com a matemática econômica, poderão ser esclarecidos.
As associações dos participantes dos Portus, que teriam um papel fiscalizador das aplicações desses recursos e denunciador dos malfeitos, passaram, fora dos padrões da ética, a ser ilegalmente subsidiadas pelo instituto. Para dizer o mínimo, uma relação incestuosa. Como parte deste teatro, elas fazem coro na busca de mais recursos para o fundo, sem a mesma ênfase para apuração das falcatruas com o dinheiro do trabalhador investido com a esperança de um futuro mais seguro.
A última cena que surpreende e fere a lógica de sucesso dos planos de pensão é o impedimento de acesso ao Portus para os aprovados nos últimos concursos de admissão aos portos. Um mercado que atrai o apetite apurado de planos exitosos como o do Bradesco. Para dirigir esse absurdo, tem uma interventora que se aboletou há quase três anos na função, feliz com o salário e sem pressa de cumprir bem a missão que lhe cabe. Como se percebe, não faltam indícios de má gerência, o tumor primário da improbidade. Volta e meia, como parte da estrutura do aparelhamento político, aparece um prócere que opina pela liquidação do instituto, em vez de propor uma operação da Polícia Federal, para investigar por onde sumiu o dinheiro e como recuperá-lo, para tratar os rombos no Portus. Inclusive da ocorrência de generosas doações políticas.
Entre os participantes do Portus tem muita gente que sabe de coisas esclarecedoras e dispostas a contá-las. Essa CPI, como nunca antes na história do Portus, deverá trazer à tona coisas hoje impensáveis.
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