Fundo de pensão, um modelo de organização que se tornou uma grande conquista do trabalhador americano, no Brasil é sinônimo de dinheiro mal administrado dos trabalhadores de empresas do governo. É o caso do Instituto de Seguridade Social, o Portus, de previdência complementar dos funcionários dos portos organizados. Para decorar com rigor o cenário, não faltam ruídos de falcatruas na trajetória desse instituto.
Leia também
Governo prorroga intervenção no Portus e portuários protestam
A última cena que fere a lógica de sucesso dos planos de pensão é o impedimento de acesso ao Portus para os aprovados nos últimos concursos de admissão aos portos. Um mercado que atrai o apetite apurado de planos exitosos como o do Bradesco.
Para dirigir esse absurdo, tem uma interventora que se aboletou na função, feliz com o salário e sem pressa de cumprir bem a missão que lhe cabe.
Quem consultar um professor de cálculo atuarial da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), para analisar as ameaças de fechar o Portus que volta e meia fazem alguns iluminados que chegam para auditar o instituto, vai saber que o problema não é questão de aritmética. Trata- se do jogo de tapar sol com peneira do Ministério da Previdência Social e que faz de conta que não vê, por exemplo, casos como a chuva de previdência para os empregados da antiga Portobrás, sem o correspondente aporte.
Por tudo isso, a preocupação dos participantes do Portus é que o risco que ameaça a vida do instituto não é a vida dos contribuintes, hoje prolongada pelo avanço da ciência. O que inquieta é a ciência não ter achado um meio para o dinheiro devido ao Portus aturar desaforos.