A Transpetro, braço logístico do Sistema Petrobras, terá custos operacionais maiores com a alienação de sua frota. O alerta é do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), informando que a medida está sendo estudada para auxiliar o programa de desinvestimento da estatal. E explica: "Os US$ 270 milhões (R$ 845 milhões) que a venda de 23 dos 53 navios poderia gerar só representariam 2% do total que o Sistema Petrobras pretende arrecadar com a alienação de ativos, valor irrisório que, do ponto de vista técnico, desaconselha a operação." Outro reflexo seria o aumenta dos custos com os contratos de afretamento no exterior, sempre dispendiosos.
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Desde 2004, a Transpetro está fazendo um grande esforço para levar adiante o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Pelo programa, que tem previsão de investimentos de R$ 11,2 bilhões, mais de 40 navios foram contratados a estaleiros nacionais, sendo que oito já efetivamente entregues.
A proposta de alienação estaria na contramão desse esforço, avalia o sindicato, e anularia um de seus principais objetivos, que é o de reduzir os custos com afretamentos. Devido à idade avançada da frota, a venda conjunta dos navios não renderia mais que R$ 170 milhões. Paralelamente, significaria perda de receitas, uma vez que embarcações mais modernas, como o Ataulfo Alves e o Cartola, dão lucro diário de cerca de US$ 50 mil - o que torna o negócio financeiramente desinteressante.