Alguns podem não gostar por puro preconceito ideológico ou qualquer outro nome, mas o fato é que o País se transformou, conforme José Luiz Tejon Megido, conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), no maior exportador de alimentos para a Rússia. De janeiro a novembro do ano passado, os negócios nacionais para o país do norte da Eurásia em 101,5%.
“A carne suína brasileira foi ao paraíso russo. Vendemos US$ 766,3 milhões (o amigo Turra deve estar muito feliz, e com razão), e isso significa algo em torno de mais de 45% de toda a produção do setor suinícola e mais de 60% do total da receita dos nossos exportadores”, contabiliza Megido.
Os motivos para tal crescimento e penetração das carnes do Brasil na Rússia, explica, foram: retaliações do Kremlin à indústrias alimentícias europeias; problemas veterinários gerando o embargo de importações de carne suína da Europa; e por último as decisões de boicote comercial, impostos pelos Estados Unidos, Europa e Austrália.
O professor, todavia, atenta para o fato de que tal parceria deveria se firmar para além de problemas políticos e militares. E faz alguns questionamentos: “Por que na época boa, o Brasil é tratado com rigores superiores aos demais concorrentes internacionais, e nenhuma política mais sábia de longo prazo se estabelece entre esses dois gigantescos países? Teremos inadimplência? Teremos baques e quedas nas vendas, por estarmos entrando exclusivamente numa hora como se fosse quase um “esforço de guerra”?”.