“Diante do cenário policrísico que atravessamos, não enxergo neste momento outra saída para o capitalismo a não ser o decrescimento sereno.” A observação é da professora da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Vivian Aparecida Blaso. Segundo ela, já vivemos uma era de incertezas e escassez, citando, como exemplo, a situação da cidade de São Paulo: “Sentimos na pele o calor excessivo, a falta de água com o rodízio velado em bairros da periferia e falta de energia elétrica, resultado das mudanças climáticas que são ocasionadas pela sociedade dos excessos.”
A docente afirma que a questão em jogo é que a falta e o excesso de informações levaram a sociedade científica e os tomadores de decisões globais a diferentes interpretações sobre o fenômeno das mudanças climáticas. “O resultado desastroso é que ainda hoje existem certos grupos que acreditam que os estudos sobre as mudanças climáticas são exagerados ou mesmo que o fenômeno não existe”, critica.
“Não encaro o consumo como o único vilão dessa história, mas à arrogância e aos modos de vida desde a modernidade, que separou natureza e cultura e atribuiu ao homem o falso poder de controlar a vida e os fenômenos da natureza.” E ensina: “Ecologizar significa reaprender a pensar.”