Não há dúvida que devem se tornar inidôneas as empreiteiras cujos diretores forem condenados na operação Lava Jato da Polícia Federal, como o procurador de Contas Júlio Marcelo de Oliveira pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU), no dia 21 último. Se equivoca o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao defender que as empreiteiras sejam “sanadas” de forma a não prejudicar a economia brasileira e os corruptos devem ser punidos.
Essas empreiteiras, como empresas, são entes abstratos que têm vida e agem por meio de suas diretorias. Quando elas são laureadas por seus sucessos, as homenagens são referências ao trabalho das suas diretorias, que definiram estratégias exitosas. Reciprocamente, as estratégias bandidas de seus diretores devem produzir punições às empresas as quais representam.
Engana-se quem define como prejudicial à economia brasileira a contratação de companhias estrangeiras por meio de concorrência internacional. Prática usual em muitos dos serviços em plataformas da Petrobras. Sob a ótica de preços, os altos valores que têm sido revelados, e que as empreiteiras concordam em repactuar para não paralisar obras em andamento, demonstram que um processo mais transparente e sem maracutaias pode fazer mais por menos e melhor.
Defender que as empreiteiras condenadas sejam sanadas provoca um retrocesso jurídico e cultural no Brasil, onde ainda é forte o pensamento de que só pobre e negro são condenados e vão para a cadeia. Essa é uma atitude imbuída do melhor e maior espírito republicano.