O ministro dos Portos, Antonio Henrique Silveira, refutou notícia veiculada, na semana passada, de que Renato Barco deixou o cargo de presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do Porto de Santos (litoral paulista), por causa de pleito da Cutrale, que quer prorrogação de dois anos no contrato de um terminal no complexo portuário santista. “Esse assunto, como dos demais arrendatários, está sendo tratado no âmbito da Antaq [Agência Nacional de Transportes Aquaviários]”, justificou em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (24/4), na sede da empresa, em Santos, após dar posse ao novo presidente da empresa, Angelino Caputo e Oliveira.
Foto: Paulo Silveira/Codesp
Caputo (à esquerda) em sua primeira entrevista como presidente, ao lado do ministro dos Portos
Sobre a troca de comando, Silveira afirma que o porto está num momento de implantação de novo modelo de gestão, “e achamos por bem trazer pessoas novas, com experiência em gestão de processo em empresas de grande porte”, referindo-se ao Banco do Brasil, onde Caputo trabalhou por 30 anos. Ao mesmo tempo, o titular da SEP garante que o sucessor de Barco está à altura dos desafios do maior porto do País, porque, nos últimos meses, adquiriu formação em assuntos específicos da Codesp e mais gerais do setor portuário. “A substituição deve ser encarada como algo natural dentro do processo de mudança de marco de gestão.”
Ainda sobre a maior produtora de laranja do Brasil, o ministro disse que não existe renovação de contrato vencido e que um novo contrato de 50 anos nunca foi colocado na mesa pela Cutrale. A empresa, informa Silveira, tem um pleito de operar até que seja assinado um novo contrato de arrendamento, “e isso está sendo tratado na Antaq como um contrato temporário, como os demais”.
“Nada a declarar”
O ministro garantiu, ainda, que, até o final da próxima semana, será publicado novo edital para o serviço de dragagem no Porto de Santos, já que o último certame não obteve êxito, sem a apresentação de propostas compatíveis aos valores definidos no processo licitatório.
Perguntado sobre a troca dos demais diretores da Codesp, o ministro preferiu ser enigmático ao pronunciar o famoso bordão “nada a declarar”. Já sobre novo concurso público e a elaboração de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), o ministro disse que a questão é interna da Codesp, a quem cabe se manifestar sobre o assunto no momento devido.