Longe de não querer que o complexo portuário santista expanda e se moderniza, Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, lamenta que o porto apresente uma flagrante defasagem de infraestrutura por conta de obras que nunca saíram do papel. “O complexo necessita de um ordenamento administrativo que o qualifique melhor para a movimentação de maior número de produtos de valor agregado”, propõe. Acrescentando que o Porto de Santos não pode continuar como destino da produção agrícola do Centro-Oeste por falta de outros portos capacitados a receber essa demanda ou ainda por ausência de rede viária e malha ferroviária capazes de direcionar essas cargas para outros complexos portuários.
“Não é preciso ser futurólogo para prever para breve um caos logístico sem precedentes na região, até porque os sinais já foram dados no escoamento da supersafra de grãos de 2013”, adverte. Basta ver que em 2012 foram movimentadas 105 toneladas no maior porto do País e que, em 2013, a movimentação chegou a 110 milhões. Nesse ritmo, antes de 2024, será alcançada a projetada marca de 230 milhões de toneladas. Pergunta-se: a que custo?
Essa é a questão, para Lourenço. “Não basta crescer, é preciso saber crescer com racionalidade e eficiência logística. Para tanto, o governo federal precisa fazer a sua parte criando ou estimulando a criação de uma rede de armazenagem no interior do País. E, principalmente, asfaltar a BR-163 até o porto de Santarém (Pará)”, ensina.