Enquanto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras não decola, apesar de ter recolhido 199 assinaturas e sido protocolada no dia 22 de maio último na Câmara dos Deputados, e um dos autores da CPI, o parlamentar Leonardo Quintão (PMDB-MG) – que foi preterido por Antônio Andrade para assumir o Ministério da Agricultura, mas hoje é relator do projeto do Código da Mineração –, a batida contra os negócios petrolíferos brasileiros está nas mãos dos petroleiros.
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Em recente editorial publicado em órgão do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, a categoria critica a posição da presidenta Dilma Rousseff que, na campanha eleitoral de 2010, disse que o pré-sal era o passaporte do futuro do País, mas como chefe de Nação privatiza o petróleo dessa camada. E fazem as contas para “desdizer” a presidenta e esbravejam:
“A presidenta diz que o Brasil vai ficar com 80% da renda de Libra. Ora o Brasil ficou com 40% do petróleo de Libra e doou para as multinacionais 60%, como vamos ficar com 85% da renda? Esses números não batem, alguém está mentindo nessa história!”
E citam como contra-exemplo do que foi feito com o pré-sal, os casos dos portos e aeroportos, nos quais o governo fez concessão por 30 anos e, ao final, o estado pega de volta os ativos. Por isso, repetem: “...no petróleo é privatização mesmo, pois, depois de quarenta anos de concessão, prazo concedido pela ANP [Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis], nada mais vai restar do campo de Libra, todo o petróleo do campo já estará produzido e vai restar para os brasileiros somente o passivo ambiental”.
Por fim, afirmam que a ação da presidenta vai além do pré-sal, porque os terminais da Petrobras em São Paulo, do Norte e Nordeste – construídos nos 60 anos da Petrobras com pesados investimentos públicos – foram leiloados no dia 25 último.