É muita fumaça e ruído nos negócios da Petrobras, para se tentar colocar debaixo do tapete a apuração do fato denunciado pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG). Em que pese o poder do presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), para embaçar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, seu estratagema será insuficiente para conter o desassossego dos acionistas com tantas notícias sinistras. Mesmo se esse arco de blindagem contar também com o presidente do Senado, Renan Calheiros, outro peemedebista – que os movimentos de rua querem o seu impeachment –, e que tem um afilhado político, Sérgio Machado, na presidência da Petrobras Transporte S/A - Transpetro, subsidiária ida Petrobras.
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Parlamentar do PMDB quer investigar ações da Petrobras no exterior
Para quem investe suas economias em papéis da companhia é preocupante sobremaneira saber que operações para venda de ativos da estatal no exterior resultarão em prejuízo de “no mínimo US$ 5 bilhões”, como vem sendo denunciado pelo deputado Quintão.
Em um mundo ávido por energia, a empresa tem muito a contribuir em vários setores da economia do País. Nesse contexto, cenários como o custo do projeto do pré-sal e as recém anunciadas perspectivas da revista inglesa The Economist, que nem sempre acerta, sobre o declínio da demanda por petróleo, por causa do aumento do consumo de gás do xisto e das exigências ambientais, as tomadas de decisões devem ser balizadas exclusivamente por fatores técnicos, financeiros e sociais.
No novo mundo, em que as ruas se tornam a arquibancada ou o campo do jogo da República, as empresas devem ter compromissos com seus princípios, sem tolerar desvios. Que a Petrobras, portanto, dê o exemplo!