Domingo, 05 Mai 2024
Foto: Site de notícias R7

Vista aérea da cidade de São Paulo, uma cidade não inteligente

A civilização vive um dilema crucial: ou repensa, do zero, as cidades, ou será vítima fatal de sua errada escolha pelo carro. Como alerta o professor e engenheiro mecânico Neri dos Santos, do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), hoje o carro está ocupando o lugar das pessoas nas cidades. “O automóvel é um meio de locomoção das pessoas, mas não podemos deixar que ele assuma o nosso lugar”, adverte.

Por isso, diz o especialista, o futuro da nossa pólis está em criar uma cidade nos moldes das da Idade Média. “Se fizermos uma retrospectiva histórica vamos ver que a cidade da era medieval era até mais humana, mais inclusiva e, acima de tudo, mais inteligente que a atual.”

Por que? Ele responde: “Porque ela aglomerava as pessoas, criava, de certa forma, uma espécie de fortaleza para se defender de possíveis invasores. As pessoas trabalhavam no campo e moravam em pequenas aldeias, comunidades. E essas cidades tinham praças e lugares de convivência, onde as pessoas se reuniam para interagirem.”

Ele ensina que as cidades têm, fundamentalmente, cinco funções: morar, trabalhar, deslocar – sair do local de moradia para o trabalho –, se divertir e interação. Todavia, nos tempos modernos, hoje moramos em condomínios fechados, porque a insegurança aumentou. Mora-se em regiões afastadas das áreas centrais onde está o emprego, o que gera grandes e demorados deslocamentos nem sempre adequados para grande parte da população. Além disso, perdeu-se o local de convivência da época da Idade Média. “A cidade deixou de ser inteligente à medida que ela perdeu os ambientes de interação, de compartilhamento, de convivência”, observa.

Foto: www.businessinsider.com
P
aris é apontada pelo professor da UFSC como exemplo de cidade inteligente, porque é policentrada

A saída de forma bem objetiva, nos aponta Santos, é pensar numa cidade onde as pessoas tenham a possibilidade de morar, trabalhar e se divertir no mesmo local. Para isso, deve-se mudar a “cabeça” de prefeitos e outras autoridades, além dos profissionais envolvidos na elaboração dos planos diretores para que eles não sejam mais compartimentados. “As cidades não podem ter um centro, uma periferia, elas devem ser policentradas.” E prossegue: “Um belo exemplo de cidade inteligente é Paris, você está a 500 metros de uma estação de metrô, de uma padaria, de uma farmácia, tem diversão perto, não importa onde você esteja.”

O professor diz que isso é impossível ser pensado, por exemplo, nas condições atuais de grandes capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, que foram construídas seguindo um modelo não inteligente de cidade, que é o norte-americano. “Temos que voltar a ter uma cidade onde a preocupação são as pessoas”, conclama.

 

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