O Porto de Itaguaí (Rio de Janeiro), antigo Sepetiba, não autorizou a descarga de ácido fluorídrico (HF) de embarcação que apresentou vazamento de vapores pela válvula de um dos seus isotanques. Medida correta da Autoridade Portuária fluminense preservando a segurança não só dos trabalhadores diretamente ligados à operação, mas do seu entorno, já que o produto é altamente perigoso e porque se vaza em grandes proporções pode matar num raio de 1.500m. No entanto, tais perigos não foram levados em consideração no Porto de Santos (litoral paulista). E o navio recebeu autorização para operar normalmente na margem esquerda do maior porto brasileiro, mais no terminal da Santos Brasil.
A embarcação atracou no dia 22 de fevereiro. E no dia 24 recebeu o ok para descarregar o produto. Mas, iniciada a operação, foi constatado vazamento de vapores do produto ácido. O isotanque que apresentava o problema foi colocado em uma carreta-contenção e levado para uma área isolada do pátio da Santos Brasil, próxima da divisa do terminal com a empresa Terminal de Granéis do Guarujá (TGG).
Há informação de que funcionários de uma empresa terceirizada passaram mal e tiveram de ser atendidos por uma unidade de saúde de Guarujá.
A sociedade exige uma explicação da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), porque autorizou a operação, da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), porque não se pronunciou sobre o caso, e do próprio terminal, a Santos Brasil.
Erros não são permitidos numa operação tão perigosa. Negligência não é admitida numa operação que já havia apresentado problemas. Para o leitor entender melhor a gravidade do processo: a operação envolvia a descarga de três isotanques de 24.000 l de capacidade, contendo cada um cerca de 18.000 l de HF.
