O Governo Federal há quase dois anos tenta licitar o terminal de granéis líquidos operado pela Volpak, na Ilha Barnabé, na margem esquerda do Porto de Santos (SP). A área já é licenciada junto aos órgãos ambientais, mas ninguém ousa dar um palpite sobre quando o processo estará concluído.
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Talvez inclinado para a propaganda e pelos espetáculos políticos, o ministro da Secretaria de Portos (SEP), Leônidas Cristino, anunciou que vai licitar 159 terminais portuários. E que essas licitações vão ser iniciadas por Santos, palco da operação Porto Seguro, da Polícia Federal, e que tem como pano de fundo o arrendamento de áreas portuárias e tentáculos em Brasília.
Haverá muitos interessados e muito dinheiro envolvido. Cristino é candidato ao governo do Ceará. Durante todo o tempo como ministro destacou-se pelas críticas recebidas, e não goza da simpatia da presidenta Dilma, que poucas vezes o chamou ao seu gabinete, comparado com os demais ministros.
A média histórica das licitações de áreas portuárias tira a credibilidade do prazo de 60 dias, após sua publicação, para que todos os 159 terminais sejam leiloados. As licitações anunciadas pelo ministro, nesta segunda-feira (18/02), têm peculiaridades diversas e não podem ser tratadas em série. Tampouco convém penalizar por açodamento e falta de elaboração empresários que investiram e têm produtividade exemplar.
É claro que nossos portos precisam ser parte das cadeias globais altamente competitivas, ter produtividade, reduzir custos e impulsionar o comércio internacional. Que implica o ministro Leônidas Cristino mudar o que deve ser mudado e valorizar os bons investimentos realizados, preservando os altos interesses nacionais.