É fato que todos os novos projetos que envolvem terminais de granéis sólidos nos portos brasileiros devem prever investimentos de despoeiramento e filtragem dos particulados. Afinal, o compromisso com a sustentabilidade é fator fundamental para que uma companhia tenha aprovação da sociedade nos dias de hoje.
É o caso da obra de cobertura dos terminais de açúcar da Cosan no Porto de Santos, no litoral paulista. É mais uma situação que se reveste de mistério no cais santista. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), até o momento, não fornece informação concreta sobre a atual situação da obra. Afirma que enviará um balanço geral à imprensa de todos os projetos no porto santista na próxima semana.
A Cosan, por sua vez, afirma que todas as esteiras do projeto têm equipamento despoluidor, sem detalhar informações sobre os equipamentos que serão utilizados.
A Codesp, que tem sido o pano de fundo da Operação Porto Seguro, insiste em não responder particularmente aos questionamentos feitos pelo Portogente. Mas cabe à Autoridade Portuária a última palavra sobre a regularidade do projeto.
Não se pode permitir que um projeto para aumentar a movimentação de açúcar traga junto impacto ambiental. Projeto com tecnologia inovadora é sempre bem-vindo e redundante dizer que esta vem com o “selo” do respeito ao ambiente e às pessoas.
O Ministério Público, injustamente visto contra o progresso nacional por atuar decisivamente em questões para manter o ordenamento legal e ambiental no País, ou seja, contra a “farra” dos que insistem em ver o Brasil como a “terra de ninguém”, encontrará nesse caso da Cosan e Codesp material farto para atuar.