O Programa de Investimentos em Logística, anunciado por Dilma Rousseff, não tem robustez suficiente para arredondar o descalabro logístico nacional. Conforme aponta o colunista do Portogente, Frederico Bussinger, este Programa vai pouco além dos planos e pacotes anteriormentes divulgados pelo Governo e, pior, esquece que logística é mais, bem mais do que transportes.
Aparenta ser um remendo novo sobre tecido velho, que vai se esgarçar porque não tem produtividade, especialmente no âmbito dos portos brasileiros, que nem homologar dragagem conseguem. São muitos planos redigidos, mas sem implantação prática no País.
Foto: Assessoria de imprensa/Porto de Itajaí
Logística envolve um grande leque de fatores influentes
A Medida Provisória 576, que modifica a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. (Etav) para Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL) também esclarece pouco. Afinal, o art. 4º, que detalha as competências da EPL, só aborda as funções executivas a respeito do trem de alta velocidade. As demais funções listadas na Medida são de assessoria, no que diz respeito a estudos e aos demais modos de transporte.
Do ponto de vista formal, é fácil compreender, pois a MP 576 é “modificativa”. Mas do ponto de vista estratégico gera muitas dúvidas. Afinal, como a EPL irá funcionar?
Sem sombra de dúvidas as medidas tomadas trarão alento, mas muito aquém do possível. Do jeito que está, sobrepondo competências, traz novas resistências a se somarem a tantas outras. Portogente abre esse debate.