‘‘Se 300 mil metros cúbicos forem divididos por três empresas, 100 mil metros cúbicos para a Dragaport equivalem a quatro dias de serviço num mês. É impossível uma draga no porto trabalhar com essa restrição’’, destacou, argumentando que a Boa Vista I tem capacidade para fazer mais de duas vezes e meia por mês o que está determinado pela Cetesb no mesmo período."
Esta declaração, em notícia de A Tribuna Digital, mostra como falta imaginação aos responsáveis pelo porto, para reduzir custos e ainda assim cumprir a lei. Imaginação e/ou boa vontade. A solução mais simplista seria a draga operar nos últimos quatro dias de um mês e nos primeiros quatro dias do mês seguinte, realizando de uma só vez a cota de dragagem dos dois meses.
Se necessário, uma negociação entre as empresas contratadas e a contratante - sem ferir cláusulas contratuais, e com boa vontade de parte a parte - permitiria que uma empresa cumpra a cota total de dois meses, outra faça o mesmo no bimestre seguinte e a terceira no terceiro bimestre, de forma que cada empresa opere plenamente apenas dois meses por semestre. Ninguém é prejudicado, os contratos são respeitados e o equipamento de dragagem de cada empresa tem seu desempenho otimizado.
Lógico, é preciso negociar muito (e nessa hora, um pouco de imaginação e muita informação atualizada ajudam), e principalmente planejar melhor as operações para resolver esses problemas ambientais.
O que não tem sentido e nem adianta querer fazer é colocar a questão ambiental como vilã da história. E também não faz sentido que - depois de anos de estudos, planejamento e pesquisas - o porto não tenha ainda um plano de dragagem coerente com os requisitos ambientais, ao ponto de ser preciso ficar "negociando" enquanto o estuário vai sendo assoreado e os navios maiores vão para outros portos de maior calado.