Mesmo com a orientação da Casa Civil da Presidência da República, comandada por Gleisi Hoffmann, a Secretaria de Portos (SEP) não se dignou a prestar uma informação sequer sobre a “pizza”, ou melhor, sobre o acordo que negociam Libra Terminais e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) para que se faça a mágica de reduzir uma dívida milionária para um crédito passável. Perde o cofre público. Perde a probidade com o bem público. Perde o homem público probo.
A presidenta Dilma Rousseff que hoje se preocupa com uma “revoada” na sua base política de apoio no Congresso Nacional, com certeza terá de tomar muito “dorflex” para a dor de cabeça que será explicar para a sociedade e até tribunais como o Porto de Santos, em São Paulo, aceita abrir mão de um processo quase ganho na Justiça contra a operadora portuária Libra Terminais e se empenha em negociações intermináveis e sem transparência para receber uma dívida pela metade.
Nesse jogo, ou melhor, nessa negociação queremos ver até onde vai a capacidade da Codesp, responsável por zelar pelo patrimônio público que é o Porto de Santos e sua receita, de trocar o certo pelo duvidoso.
O acordo Libra e Codesp, se vingar contra todo o bom-senso e os preceitos jurídicos de boa-fé, se inscreverá no rol dos escândalos que assolam o governo Dilma desde os seus primeiros dias de vida. Lembrando que cabeças depois desses escândalos rolaram, e bem roladas. Não será diferente no escândalo que se assa no forno do Porto de Santos.
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