O diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, Emanuel Cancella, publicou artigo, nesta segunda-feira (14), no mínimo curioso sobre o vazamento de óleo na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, e uma possível greve dos petroleiros brasileiros.
Segunda Cancella, o vazamento do poço da Chevron nos leva a algumas reflexões: a possibilidade de acontecer na área do pré-sal o que aconteceu no Golfo do México. “Os acidentes na indústria do petróleo não acontecem por acaso, acontecem, na maioria das vezes, por conta da produção predatória ou a produção a qualquer preço”.
Ele transcreve alerta do Triângulo de Acidentes ou Triângulo de Risco: "Existe uma relação proporcional entre cada acidente catastrófico e outros de gravidade menor que geralmente o antecedem e funcionam como precursores e que está na origem do chamado”.
O sindicalista petroleiro lembra que, no Brasil, três grandes acidentes reforçam essa tese. “Em 1984 foi o acidente da plataforma de Enchova com a morte de 37 petroleiros. A causa principal? A corrida a qualquer preço para alcançar os 500 mil barris de produção por dia que o governo militar queria usar como propaganda”.
E prossegue: “depois os grandes derramamentos de óleo no Paraná e na Baia de Guanabara. No ano de 2000 na baia de Guanabara, 1,3 mil litros de óleo foi derramado prejudicando a fauna, a flora e a pesca deixando milhares de pescadores a míngua. No mesmo ano de 2000 quatro milhões de litros de petróleo cru atingiram o Rio Iguaçu, o maior do Paraná”.
O diretor do Sindipetro do Rio de Janeiro explica que uma das principais motivações da greve programada pelos petroleiros de todo o Brasil é a exigência de mudanças na política de Saúde Meio Ambiente e Segurança, que tem acumulado nos últimos anos centenas de mortes na indústria de petróleo.