Interessante acompanhar toda a discussão sobre a situação da malha ferroviária do Brasil que está sendo encaminhada por movimentos sociais, sindicatos, parlamentares e especialistas em transporte ferroviário.
O Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana (São Paulo) já criou até um mote bem espirituoso sobre o tema: “São Paulo trem jeito”.
Diz a entidade que em passado não tão distante, a malha rodoviária paulista passou (e ainda passa) por transformações de grande envergadura: novos traçados, ampliação, duplicação e demais benefícios que fizeram das “SPs” uma realidade mil anos a frente das “BRs”.
No entanto, explica o sindicato, a malha ferroviária paulista vem sendo reduzida desde 1940. “Além de trechos e trechos que simplesmente sumiram do mapa, sem que ninguém saiba dizer o que deles foi feito, os ainda existentes preservam, em boa parte, os antigos traçados, certamente obsoletos para comportar as novas gerações de trens”, diz documento do sindicato.
E ensina:
“Diferentemente de rodovias, é importante lembrar que ferrovias não são compartilhadas por inúmeros usuários, de onde a importância da participação do estado na construção e operação. No momento, as vias ferroviárias (a exemplo das rodoviárias) pertencem ao estado, mas estão sendo exploradas pelo setor privado, na maioria das vezes para o transporte de cargas. Patrimônio público, portanto, a serviço de interesses privados, sem contrapartida direta aos nacionais”.
O Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana acredita que o Estado de São Paulo pode ser coberto por transporte de passageiros sobre trilhos, além do transporte de cargas, por trens velozes, seguros e confortáveis (não estamos falando de trem-bala) e por preços competitivos, desafogando as rodovias, e eliminando o sangramento de dinheiro público sem fim na malha rodoviária.
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