Desde que Portogente denunciou o acordo duvidoso firmado entre a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e a empresa Lummus Global, ao arrepio da Justiça e envolvendo milhões de reais, o que se vê no Governo Federal é uma sucessão de silêncios. O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, inquirido sobre o fato quando esteve no Porto de Santos, resolveu dizer: “não comento”. O presidente da Codesp, José Roberto Serra, fez o mesmo.
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Diante da falta de esclarecimentos sobre o acordo realizado antes do pronunciamento final do perito judicial sobre o valor a ser pago pela Codesp para a prestadora de serviço Lummus, Portogente, para melhor e bem informar os internautas, encaminhou a demanda para a ministra das Relações Institucionais do Governo Dilma, Ideli Salvatti. Nova e desagradável surpresa, passadas duas semanas da solicitação ao gabinete da ministra, o silêncio é de cemitério.
Ninguém fala ou ninguém quer falar. E a sociedade é tratada com desdém. Ela (a sociedade) não precisa saber o que fazem entre quatro paredes com o dinheiro público. E as autoridades se valem do esquecimento de alguns, do cansaço de outros, mas Portogente seguirá cobrando as explicações a que a sociedade tem direito.
A falta de explicações a respeito das atitudes tomadas pela diretoria da Codesp, a partir da diretoria de Administração e Finanças, comandada por Alencar Severino da Costa, deixa no ar uma fumaça de corrupção. Não é à toa, portanto, que a Advocacia-Geral da União (AGU) instaurou um Procedimento Prévio de Coleta de Informações para checar o que está sendo assinado pela diretoria do mais importante Porto do Hemisfério Sul.
De acordo com a assessoria de comunicação da AGU, o procedimento administrativo está sendo coordenado no âmbito da Procuradoria-Seccional da União em Santos (PSU/STS), cuja advogada responsável é a dra. Viviane de Macedo Pepice. O objetivo é colher informações e elementos objetivos aptos a nortear as eventuais providências em caso de irregularidades por parte da Codesp. A AGU informa, ainda, que o “procedimento administrativo se encontra em curso, bem como continuam sendo apuradas as circunstâncias atinentes ao caso”.