O desequilíbrio na matriz brasileira de transportes foi apontada pelo ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, assim que assumiu a pasta, como o fator que mais impõe limitações ao crescimento da economia do País. Pouco mais de seis meses depois, Cristino e seus pares pouco fizeram para reverter essa matriz distorcida. Pior, o Ministério dos Transportes, que viveu em letargia durante a gestão do agora ex-ministro Alfredo Nascimento, só chegou aos holofotes nacionais quando foi divulgada uma suspeita de corrupção na pasta.
* A logística nada inteligente da matriz brasileira de transportes
* Grande parte da malha ferroviária brasileira está subutilizada
* Panorama do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil
Portos como o de Santos (SP) e Paranaguá (PR) registram grandes filas de caminhões nos períodos de safra, especialmente de grãos, cargas que seriam mais adequadamente transportadas utilizando os modais ferroviário ou aquaviário. Além disso, o uso exagerado dos caminhões gera prejuízos por conta do vazamento do produto transportado nas rodovias.
Poucas ações isoladas são realizadas pela iniciativa privada e pelo Poder Público para diminuir a concentração de cargas no modal rodoviário. Nesta semana, reportagem do Portogente mostrou que a construção de um porto seco e de um terminal ferroviário na região Central do estado de São Paulo deverá tirar até 30 mil caminhões por mês das vias de acesso ao Porto de Santos a partir de 2012.
Mas como bem lembrado pelo engenheiro da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Arnaldo Barreto, os 30 mil caminhões a menos por mês serão uma quantidade insignificante diante da movimentação diária de caminhões no porto santista, equivalendo a menos de 7% das carretas movimentadas ou menos de dois dias do total de caminhões que circulam nas regiões próximas ao maior porto da América Latina.
Espera-se que a Autoridade Portuária seja mais atuante neste sentido e junto com a cúpula do Governo Federal trate da cadeia logística que passa pelo porto santista como um todo, planejando a viabilidade de crescimento da movimentação de cargas no Porto de Santos.